“Amor eu sinto a sua Falta, e a falta
é morte da esperança”, já dizia Nando Reis em uma de suas canções. Quando a
morte chega e leva alguém da qual muito amamos, é esse sentimento que nos
consome nos primeiros anos. Dói tanto à falta que essa pessoa faz em nossa
vida, que experimentamos a falta de esperança. Estou nesse momento. Essa falta
de esperança, não me deixa ainda ver o futuro com tanta clareza. Eu que sempre
consegui visualizar o futuro, planejar detalhadamente o que vinha pela frente,
hoje me pego vivendo somente o presente.
No início foi como se eu fosse morrer amanhã, e por isso não deveria
pensar em mais nada. Meu peito doía muito em pensar que não fazia mais sentido
planejar minha vida. Mas confesso que estou gostando disso agora. Acordo e
penso somente no dia de hoje. Ficou mais leve a vida.
Não que eu não me preocupe com o futuro, ele é
necessário e é inevitável se desprender totalmente. Mas o que deixei de lado
foram as preocupações prévias, os sofrimentos possíveis, hoje entendo que sofrer
antecipado é sofrer duas vezes. Então deixamos o futuro chegar não presente, e
tomamos as decisões em cima dos fatos reais. O imaginário fica para as coisas
boas, positivas.